domingo, 25 de março de 2012

Perséfone


Pelos campos passeava,
a Donzela flores a colher.
Alegria emanava,
plantas fazia nascer.

Os dias passavam,
logo era tempo de colher.
Nas Festas se fartavam,
da Abundância que Ela fazia nascer.

Mas a Donzela,
olhares sombrios cativou,
que sem muita cautela
para seu lar nas profundezas A levou.

Tempos difíceis se aproximavam,
pois a alegria Dela os acompanhou.
Das colheitas guardavam
tudo o que restou.

Todos agradeciam
pela fartura que Ela proporcionou.
Tempos difíceis viriam,
mas Ela sempre retornou.

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Malditos


     Os verdadeiros malditos são os que procuram por sua perdição.
     Sem saber os infortúnios que sofrerão vão atrás daquilo que desejam, e não desejam pouco, ambiciosos querem sempre mais. Cegos, mau podem perceber como estão sentido mudados, nem saber no que estão se transformando.
     Com o tempo, a luz torna-se dura demais e o espelho difícil de encarar. A criatura passa, então, a procurar as sombras, pois a luz fere cada vez mais seus olhos. Aquele que um dia procurou a luz, agora só pode enxergar na escuridão. As sombras protegem a criatura vaidosa, que antes se achava bela, de mirar o seu verdadeiro rosto no espelho . . .


*********
Para todos aqueles que figuram entre os malditos . . . =)

****
E se vocês dois lerem . . . talvez não seja por conta das lendas de infância que temos receio de olhar no espelho à noite . . . talvez . . .

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Inconstância

Meu ser errante,
pelo caminho vai, não sei onde vai...

Em trânsito constante,
pela luz se põe a andar.
Em trânsito constante,
nas sombras volta a vagar.

Meu ser errante,
pelo caminho vai, não sei onde vai...

Inconstante,
entre a luz e a sombra a caminhar.
Constante,
neste movimento pendular.

Meu ser errante,
pelo caminho vai, não sei onde vai...

domingo, 29 de janeiro de 2012

No Meio do Verão

Com prados verdejantes sonhei,
em meus devaneios, no meio do verão.
Um jovem brilhante avistei,
com sua harpa, tocando uma bela canção.

No que vi mal pude acreditar,
com sua música plantas fazia brotar!

Com prados verdejantes sonhei,
em meus devaneios, no meio do verão.
Uma bela donzela avistei,
com flores no cabelo, dançando e cantando uma bela canção.

O que vi mal pude entender,
a sua dança os frutos fazia crescer!

Com prados verdejantes sonhei,
em meus devaneios, no meio do verão.
Uma multidão avistei,
era uma grande celebração.

O que vi fez-me entender,
que a "alegria" vieram trazer...

domingo, 22 de janeiro de 2012

Janus

A porta se abriu
O passo foi dado
Em frente seguiu
Enquanto olhava o Passado

No Presente caminha
Vendo o Futuro a diante
Segue em reta linha
Sempre confiante

sábado, 31 de dezembro de 2011

Foi sua última batalha ,
O corpo do Rei jaz no chão .
Uma notícia se espalha :
" O Rei está morto! Longa vida ao Rei ! "
Muitas batalhas virão .

Para um Rei não há morte !
Há apenas um corpo sob a mortalha .
O Rei é forte ,
Foi apenas outra batalha .

Em sua grande viagem embarcou ,
No rio da Morte despertou ,
No Além Mar aportou ,
E lá esperou . . .

Agora o novo Rei está no trono ,
Esperando o renascer de seu antigo dono .

domingo, 4 de dezembro de 2011

Caderninho . . .

O sol brilhava lá fora e as crianças olhavam o  céu azul pela janela, desejando sair correndo pela porta para brincar no parque, conversar, pular, gritar... Mas ninguém podia sair, pois a aula acabara de começar. 


Lily assistia à aula, tentava realmente se concentrar no que o professor dizia. No entanto, aquela era uma aula que ninguém entendia, nem ao menos sabiam sobre o que o professor falava. Logo, sua mente se dispersava a todo instante.


Silenciosamente ela pega em sua mala um caderninho, pequeno e escuro, abre-o em uma folha branca, pega sua caneta preta, e quando encosta sua ponta negra no papel um universo inteiro se abre a sua frente.


Lily não pode correr lá fora, mas viaja pelo Universo, salta entre os mundos, escorrega pelo arco-íris e brinca entre as estrelas. Ao fim da aula, fecha seu caderninho e guarda seu pequeno mundo na mala. Ela sorri, e de mala nas costas, corre para o parque brincar, pular, gritar . . .