terça-feira, 31 de dezembro de 2013

2013

Quase em branco um ano passou...
No cantinho negro que alma criou...

Num ano que o Tempo corria sem parar,
A vida passava sem tempo para criar...

E os Dias passavam em branco
No papel,
Na ação...

Porque os dias corriam apressados,
Porque havia tanto sendo cobrado...

Mas os Dias não passavam em branco
Na memória,
No coração...

Mesmo os dias correndo apressados...
Como um coelho atrasado...

Mas acabou!!!

domingo, 18 de agosto de 2013

Sem Tempo...


Perdida no Tempo...
sem perceber
as estações passarem...
sem ver
as folhas que caíram...
as folhas que renascem...

Perdida no espaço...
interno
de uma mente
sem Tempo...

Perdida no Tempo...
que não pára
para esperar...
mas que não vê passar...

Perdida no espaço...
interno
de alguma construção
sem folhas ou flores...
nem Sol e Lua...
sem perceber o Tempo...

Perdida no Tempo...
do Mundo
regido pelo caos
das horas...
da ordem...

Perdida no Tempo...
que a leva para algum lugar...

Perdida no Tempo...
que não vê passar...

Perdida no Tempo...
sem no Tempo estar...

***

pelas datas perdidas...
que eventualmente ficaram no silêncio...

domingo, 14 de julho de 2013

Amanhecer de Inverno

Sorrateiro e frio chegou
o Dia, que o Velho Rei
ao sono eterno levou...

"Vida longa ao Rei"
"Vida longa ao Rei"

Ao amanhecer nasceu
o filho, que a Noite Rainha
do seu consorte esperou...

"Vida longa ao Rei"
"Vida longa ao Rei"

06-2013

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Os Sinos soavam



Os Sinos soavam...
Naqueles tempos eram os sinos da Catedral que marcavam as horas, as vidas...
Trabalhar? Rezar? E o que mais?
O Tempo passava, arrastando as vidas em seu caminho...
Era dia de celebração, das vidas que passavam, dos mortos que estão...a esperar pelo céu? Talvez...

Os Sinos soavam...
A missa matinal, numa língua quase desconhecida, quase morta também... uma missa pra quem?
Rezar pra quem se foi, pra quem está a esperar...o que todos estão a esperar?

Os Sinos soavam...
Era noite, tempo de descanso daqueles que vivos ainda estão.
Mas fogueiras ardiam, longe nas pradarias, era tempo de celebração...
Somente os que lá estavam sabiam...que o tempo, então, não existia... que o véu entre os mundos nesta noite se extinguia...
E enquanto todos dormiam, aqueles que nas pradarias estavam, juntavam-se em comemoração aos que pela vida passaram, mas que nela já não estão...

Os Sinos soavam...

terça-feira, 26 de março de 2013

La Belle Dame



Não sem piedade, mas com lágrimas nos olhos...
Ela cantava com voz de fada,
enquanto ao sono ele se entregou...

Na caverna fria sua voz ressoava
e canções antigas,
de suas paredes, pareciam brotar...

Ele dormia sorrindo,
até que fantasmas,
seus sonhos vieram atormentar...

E ela cantava...
os fantasmas tentando afastar...
Mas suas lágrimas, não iriam cessar...

Os fantasmas gemiam,
por seu passado de servidão...
E ela sabia,
que aquela caverna,
era também uma prisão...
Na qual ela já estava atada,
mas o ele ainda não...

E nos sonhos...
os fantasmas tentavam alertar,
para que preso a ela,
ele não viesse a ficar...

E ela cantava...
mas não iria suportar
que outra vida a ela fosse se atar...
Outro fantasma,
que no futuro viria a lamentar...

Uma nova canção
passou a entoar,
para que ele
não viesse a acordar...

E pelo caminho o levou,
até à fatídica montanha
onde o encontrou...

Lá ela o deixou,
com lágrimas nos olhos,
longe de sua prisão...

E lá ele acordou...
e preso lá continuou...
à espera da dama impiedosa
que o abandonou...

***
inspiração... nas muitas(ou algumas delas) obras sobre..."La Belle Dame Sans Merci"...

domingo, 24 de março de 2013

Automne



                                                     "Les sanglots longs
                                            Des violons
                                                                       De l'automne
                                                        Blessent mon coeur
                                                 D'une langueur
                                                                     Monotone"

                                                                                      Paul Verlaine

*

Retorna a Canção
da chuva ao vento
que levam embora o Verão.

A noite se iguala ao dia
e se aproxima a escuridão.
O Outono anuncia
a melancolia dos que a trazem no coração.

As folhas logo estarão no chão...
e as chuvas que por elas choram
lá as encontrarão...

Porque da Morte também nasce a Vida...
e por isso continua a Canção...

*

domingo, 3 de março de 2013

Colheitas "Perdidas"




Se nas colheitas
tive que plantar,
onde as festas
terão lugar?

Talvez nas terras além mar,
nos campos das fadas,
estejam a celebrar

Agora só posso esperar
outras colheitas
para festejar...


***
tempos corridos...postagens perdidas...
mas a vida continua...
e Roda gira...

sábado, 12 de janeiro de 2013

Kassandra




A pequena menina a mirar...
e no horizonte tudo o que via era o azul do mar.
Azul que com o azul do céu cismava em se mesclar...

E pelas areias caminhava sem perceber
tudo que em sua vida estava para acontecer...

Antigas histórias vem contar
que aquele a quem a atenção iria chamar
também seria aquele que a viria amaldiçoar.

E pelas areias caminhava sem perceber
tudo que em sua vida estava a acontecer...

A pequena jovem a chorar
pois tudo agora podia enxergar...
mas nada iria adiantar
pois em suas palavras ninguém iria acreditar...

Agora pelas areias caminhava sem saber
o que deveria fazer...

A pequena jovem a mirar...
e no horizonte olhava o azul do mar.
Azul que com o azul do céu cismava em se mesclar...

domingo, 6 de janeiro de 2013

Lord Morpheus




Todas as noites,
silencioso e soturno,
chega sem ninguém o ver.

Todas as noites,
poderoso e oportuno,
sempre esteve lá sem ninguém perceber...

Um sopro de suas areias,
pra que praias irá levar?
Enquanto capitães sonham com sereias,
é com o mar que irei sonhar...

Lord inglês ou deus grego?
Sua face quem pôde mirar?
Se todas as noites é pego,
e por ele mandado ao Sonhar...

Seus desejos e medos,
não adianta tentar guardar.
Ele conhece seus segredos
e a partir deles irá moldar...

Todas as noites...
chega sem ninguém o ver...
Todas as noites...
sempre esteve lá sem ninguém perceber...

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Inícios e Fins...



"Um final é sempre um início e um início é realmente um final."(Syd Field, Manual do Roteiro,p.61)

Janus fecha mais uma porta,
enquanto a seguinte abre...

Segue em frente,
de olho no passado, 
tentando enxergar o futuro...

A Porta que fechou
não há mais como abrir...
Todo que por ela passou,
em frente tem que ir...

Janus sela o passado,
onde nada mais pode mudar...
enquanto abre as Portas do presente,
pra que continuemos a caminhar...