Garotinho, ou não...

Era uma vez...

um garotinho que não sabia muito bem que era um garotinho... 

Ele se chamava Morgan, e diziam-no que ele era um garotinho e deveria se portar como tal, embora ele não soubesse exatamente o que isso queria dizer, nem o que fazia dele um garotinho.

Os outros garotinhos da sua idade caçoavam dele porque ele era diferente deles e o achavam estranho. Mas Morgan não gostava das brincadeiras deles e não sabia porque não podia gostar de ficar com as garotinhas.

Morgan não entendia muita coisa e achava que os outros que eram estranhos! 

Por isso brincava com as garotinhas, e com os garotinhos quando lhe dava na telha. E nessa de brincar com garotinhas chegou até a conhecer uma garotinha que era mais garotinho do que ele! Mas não é de garotinhas que estamos falando aqui, não é?

Morgan fazia o que o satisfazia, por isso era mais feliz do que qualquer outro garotinho. Só ficava triste quando os outros diziam que ele tinha que ser um garotinho, um garotinho normal. Ele também não sabia o que normal queria dizer...

Mas o tempo passa e todos aqueles garotinhos cresceram, e Morgan também cresceu...

Ninguém entendia porque, ou como, Morgan podia viver rodeado de mulheres! Mas ele as conhecia, tinha convivido com elas desde sempre, simplesmente porque não sabia que diferença tinha em ser um garotinho ou uma garotinha... E os outros não entendiam porque elas não gostavam deles, não as entendiam e não eram entendidos, na verdade continuavam achando que eram diferentes... Elas eram diferentes, Morgan era diferente... na verdade, talvez todos fossem diferentes se parassem pra pensar, e se olhassem melhor talvez vissem que mesmo diferentes eram todos iguais,talvez...

O importante é que eles pensavam como foram ensinados a pensar... Mas Morgan não, porque ele simplesmente não entendia porque tinha que ser assim... e descobriu que não tinha que ser, enquanto os outros nada sabiam!

E enquanto os outros ficavam tristes por não entenderem o que tinha de errado com eles, Morgan vivia tão feliz quanto se pode, por ter sido sempre ele mesmo! E não apenas um garotinho...