domingo, 20 de maio de 2012

Destino...


"Destino cheira a bibliotecas empoeiradas à noite. Ele não deixa pegadas. Ele não projeta sombras."
 (Neil Gaiman - Sandman)


Aquele Cara do Livro, cujo rosto desconhecemos.
Ele parece caminhar tão devagar, mas é pura ilusão!

Tem os que acreditam estar nas palmas de nossas mãos...
Mas tente alcançá-Lo e Ele escorrega por entre os dedos, como as areias de Seu irmão.

Outros pensam conhecê-Lo, pura enganação!
Seu rosto e escritos são a loucura para olhos mortais, e mesmo os imortais tremem perto Dele.

Seus segredos mutantes estão bem guardados.
O futuro é Seu de de ninguém mais!

Os que pensam ter um vislumbre Seu, 
é porque não viram o sorriso sádico, 
que brota em Seu rosto desconhecido, 
quando brinca com o futuro alheio.

Se o pobre pai de Édipo soubesse...
não teria dado ouvidos ao Oráculo,
não teria morrido pelas mãos do filho desconhecido,
ignorante de seu destino...

Mas como todo o ser neste e em outros mundos...
Persigo-O! 
Sem poder vÊ-Lo, sem saber para onde vai - ou para onde vamos...
Sigo o Seu cheiro e brinco em Seu jardim, mesmo sem vê-lo!

sábado, 12 de maio de 2012

Verdade!


Não gosto da Verdade...

Aquela intransponível muralha, mais alta que os céus, e que desce até os níveis mais inferiores da terra.

Não me agrada por ser feita de blocos maciços, espessos e opacos; pois assim, não se pode ver todas as maravilhas que existem para além dela...

Acho inconveniente também o seu formato, circular, que aprisiona como se fosse uma gaiola, e sufoca por seu espaço ser restrito.

Enfim, não gosto da Verdade...

Mas acho que se ela existe é por algum motivo...para dar uma razão de ser à marreta e outros instrumentos afins!E com minhas dúvidas vou martelando esta muralha, para enxergar além e poder respirar...mesmo enquanto permanecer enjaulada...

domingo, 6 de maio de 2012

olhando além...


Através do véu
eu sonhei ver,
aquele outro mundo,
em que poderia renascer.

Através do tempo
pensei que iria encontrar,
toda aquela gente,
que eu poderia amar.

Através da noite
que pude ouvir,
os ecos distantes
dos que vi partir.

E por fim...
o véu se desfaz,
o tempo se parte,
e a noite se prolonga...